sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Conflitos entre europeus e indígenas na América colonial - ENEM

CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS


1-Diversidade cultural, conflitos e vida em sociedade

1.3 Conflitos entre europeus e indígenas na América colonial.


CONFLITOS NO BRASIL:

A relação entre os portugueses e os índios vai muito além da utilização da mão-de-obra e da exploração do pau-brasil. Cabe destacar, que para o povoamento do território foi imprescindível as alianças entre portugueses e determinadas tribos indígenas que viviam no território brasileiro. Num ambiente extremamente hostil, com um número de homens insuficiente, as alianças com indígenas era de fundamental importância para que os portugueses pudessem fazer frente a outras tribos indígenas inimigas e invasores estrangeiros.


Há de se destacar, igualmente, que a guerra entre índios era algo comum, uma verdadeira obsessão, até mesmo pela grande diversidade de culturas indígenas disputando território. Não raro, essas tribos viam um grande potencial em se aliar com os portugueses com a finalidade de derrotar tribos inimigas. Nessas guerras entre índios, os portugueses conseguiram, sem grandes dificuldades, por exemplo, um grande número de indígenas que eram capturados por tribos inimigas e trocados com os portugueses. Nesse sentido, é justo dizer, que a conquista do território pelos portugueses – e o extermínio de milhares de indígenas – tal qual na América espanhola, foi realizada com grande colaboração dos nativos que habitavam o território brasileiro.




Foram os índios, ou mais especificamente, os tupiniquins, por exemplo, que ajudaram os portugueses a expulsar os franceses do Rio de Janeiro, e mais que isso, os índios ficaram responsáveis por resguardar aquela região de ataque de invasores externos. Como prêmio pela grande colaboração, inúmeras lideranças indígenas ganharam territórios e prestígio, adotando, por vezes, nomes portugueses e se integrando a sociedade colonial que estava sendo formatada. Se por um lado, existiu uma impressionante aniquilação de tribos indígenas inteiras – através da guerra, ou do choque biológico – por outro, certamente milhares de índios foram aculturados e incorporados na nova sociedade que estava sendo construída, dando origem à composição genômica da sociedade brasileira, que apresenta quase 10% de ancestralidade indígena.

Os tupiniquins tiveram importante participação na colonização portuguesa da região de Santos e Bertioga no século XVI e na fundação da cidade de São Paulo, em 1554, pelos padre jesuíta Manuel da Nóbrega. Eram aliados dos colonizadores portugueses.  O pesquisador Carlos Augusto da Rocha Freire consignou que os tupiniquins ocupavam, no século XVI, terras situadas entre o atual município baiano de Camamu e o Rio São Mateus (ou Rio Cricarê), no atual estado do Espírito Santo. Foram catequizados por jesuítas em "Aldeia Nova", sofrendo com pragas exógenas (como a varíola) e endógenas (como as formigas, que lhes destruíram as plantações). Serafim Leite consignara, em História da Companhia de Jesus no Brasil, que o Acampamento dos Reis Magos era, quase todo, composto por tupiniquins.
Em 1610, o padre João Martins obteve, para os nativos, uma sesmaria, mensurada somente em 1760. O principal centro desse território era a vila de Nova Almeida, que, na data de sua demarcação, contava com 3 000 habitantes. Auguste de Saint-Hilaire registra, no início do século XIX, sua existência.  Em 1860, o imperador brasileiro Pedro II encontrou-se, em Nova Almeida, com uma mulher tupiniquim, registrando o fato em seu diário. Em meados do século XIX, o pintor Auguste François Biard anotou sua presença em famílias dispersas, junto a imigrantes italianos. 


Etnias indígenas mais populosas no Leste-Nordeste brasileiro, atualmente
No século XX, o Serviço de Proteção aos Índios instalou, no Espírito Santo meridional, uma de suas zonas de atuação, sendo encontrados, em 1924, alguns tupiniquins.


 CONFLITOS NO OESTE DOS ESTADOS UNIDOS:

Os Estados Unidos da América conheceram um grande período de prosperidade econômica desde a sua independência, no século XVIII, até à política de expansão territorial, efetuada no século XIX. Os principais objetivos da expansão territorial resultaram da consolidação do capitalismo e da necessidade de garantir matérias-primas e mercados consumidores para os produtos industrializados.

Dessa necessidade de expansão territorial, surgiu, no ano de 1862, uma política regimentada pelo governo norte-americano, chamada de Homestead Act ou Lei do Povoamento, que tinha como principal finalidade a ocupação das terras a oeste.
Essa ocupação se deu a partir do momento em que o governo ofertou, por uma baixa quantia, uma gleba (lote de terra) para as famílias que aceitassem ocupá-las e cultivá-las. As grandes quantidades de estrangeiros que desembarcaram nos EUA vieram atraídas pela Lei do Povoamento.
Em decorrência da ocupação dos territórios do oeste, ocorreu a modernização dos sistemas de transportes. belts (plantações de milho, trigo e algodão) e a acentuação da criação de bovinos e suínos. Os EUA se transformaram, principalmente no século XIX, na maior potência agropecuária do mundo.
Foram implantadas ferrovias e a navegação a vapor, o que facilitou o deslocamento de pessoas e mercadorias. Teve início, também, a formação dos 
Com o crescimento acentuado da economia norte-americana, sobretudo em consequência da expansão territorial e da Marcha para o Oeste, devemos nos perguntar: o que aconteceu com as populações indígenas que ocupavam a maioria das terras a oeste?
Conforme veremos, com a ocupação dos territórios a oeste, após a aprovação da Lei do Povoamento, em 1862, as populações indígenas foram sendo combatidas, empurradas para fora de suas terras e exterminadas durante o processo de ocupação territorial.
Milhões de índios foram dizimados e exterminados, constituindo-se como as maiores vítimas da Marcha para o Oeste. Com a Lei do Povoamento, o governo vendia as terras sem a autorização dos verdadeiros donos: os povos indígenas, que habitavam essas terras séculos antes da chegada dos europeus e dos colonos.  
A Lei do Povoamento excluiu os povos indígenas do direito à cidadania, não os considerando cidadãos norte-americanos. O processo de extermínio da população indígena foi acontecendo gradativamente; as lutas e os conflitos entre colonos e índios foram inevitáveis. A partir do momento em que os colonos adquiriam as terras, através do governo, eles faziam de tudo para expulsar os indígenas. As grandes empresas, que construíram as estradas de ferro no interior dos EUA, pagavam atiradores para matar os bisões
(animal que era a principal fonte de alimentação dos indígenas), assim, com a escassez dos bisões, vários indígenas morreriam de fome.
Além das lutas travadas entre índios e colonos, o extermínio dos povos indígenas se acentuou com a intervenção dos soldados do exército norte-americano, pois esses realizaram enormes massacres contra aldeias inteiras. A expansão e a ocupação dos territórios a oeste trouxeram o fortalecimento da economia norte-americana, porém, em troca da expansão industrial e capitalista, milhões de índios perderam suas vidas e foram extintos.

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